Conheça as principais regiões vinícolas de Portugal
Portugal, um dos menores países da Europa, é também um dos maiores produtores de vinho no mundo. Segundo dados do Wine Institute, o país reserva cerca de 180 mil hectares do seu território para a produção de vinho e, em 2014, somou um total de 6.238 mil hectolitros produzidos.
Assim como outros países da Europa, Portugal se encontra inteiramente dentro das latitudes 30° e 50°, região do globo que possui as condições mais adequadas para o crescimento e desenvolvimento da Vitis vinifera, a uva a partir da qual é produzida a bebida.
Além disso, o país ganhou de sua flora nativa cerca de 250 uvas autóctonas, ou seja, cepas de nativas portuguesas . E, como Portugal valoriza bastante sua cultura nacional, grande parte da produção de vinhos é realizada a partir dessas uvas, o que confere muita personalidade aos seus rótulos.
Todos esses fatores, tornam o país um expoente produto de vinhos . Além de abastecer o grande mercado consumidor interno, os vinhos portugueses são apreciados em todo o mundo, inclusive no Brasil.
Com o advento do Cristianismo, a cultura da produção e consumo da bebida continuou forte, uma vez que o vinho continuava a ser produzido pelos agricultores por toda a Idade Média e era ritualisticamente utilizado durante as missas católicas.
Com as grandes navegações, o vinho português se espalhou por todo o globo terrestre, sendo levado pelas caravelas e pelas missões jesuítas aos novos continentes e povos coloniza-los (aqui contamos a história da chegada do vinho no Brasil). Em 1756, surge a primeira região demarcada de produção de vinhos do mundo, com a Denominação de Origem da Região do Douro realizada por Marquês de Pombal.
Hoje, são 14 áreas de Indicação Geográfica Protegida (IGP), chamadas de Vinho Regional pelos portugueses. Dentro delas, se encontram 31 Denominações de Origem (DOC ou DOP). Cada um desses 31 DOCs estabelecem suas uvas cultivadas e utilizadas na produção do vinho, as características do seu terroir e técnicas e regras específicas que devem ser praticadas para a garantia da certificação. Ela pode regulamentar a porcentagem de cada uva na composição de um determinado vinho, quanto tempo o vinho deve ser envelhecido ou quando a colheita deve ser feita, por exemplo.
Além disso, há também a nomenclatura genérica “vinho de mesa” para produtores que não querem seguir as regras da denominação de origem para produzir vinho.
Com a vinda da Família Real para o Novo Mundo em 1808, veio também o hábito de consumo de vinho. A cultura brasileira, aspirante à nobre Corte, introduziu a bebida na sua rotina, o que explica o carinho com os vinhos portugueses no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro nos dias de hoje.
Em 1867, a praga Filoxera, que apareceu na região do Douro em 1856, devastou praticamente todos os vinhedos do país e do continente europeu, paralisando a produção de vinhos por toda a região.
No entanto, após a recuperação da praga, Portugal passou por outra diminuição na produção de vinho, como consequência da ditadura que se instaurou no país e que estabeleceu o trigo como principal produto de exportação.
Um fato que impulsionou novamente a produção e o comércio de vinhos portugueses foi a entrada de Portugal na União Europeia, em 1986, o que proporcionou grandes investimentos da União no país, impactando principalmente na tecnologia aplicada à produção de vinhos.
Com o aumento da popularidade da bebida, surgiu o problema da falsificação, que foi resolvido com a criação da primeira demarcação de origem da história, denominando a verdadeira procedência do Vinho do Porto.
A região é caracterizada pela paisagem de terraços ao longo do vale do rio Douro, uma forma milenar e bastante eficiente de cultivo. O solo do terroir é granítico e rico em xisto, o que leva as videiras a criarem raízes profundas, às vezes com cerca de 30 metros de profundidade.
Com bastante vento e sol abundante, a região também produz vinhos tranquilos além do Vinho do Porto. A produção principal acontece acima do rio Corgo, região protegida pela serra da influência do Oceano Atlântico.
Para sentir um gostinho do Vinho do Porto experimente o Churchill Ruby Reserva.
As principais uvas cultivadas no Tejo são a Touriga Nacional (casta nobre portuguesa), a Trincadeira e a Castelão, uma das uvas símbolo da região.
O vinho com a cara do Tejo que a Grand Cru indica é Casal Branco Falcoaria Tejo Fernão Pires.
Já conhece o tinto Monte da Raposinha?
Nossa indicação é o Vinho Verde Adega Guimarães Vinho Verde!
Confira abaixo a lista das castas mais utilizadas em Portugal:
Por Marina Leal
Além disso, o país ganhou de sua flora nativa cerca de 250 uvas autóctonas, ou seja, cepas de nativas portuguesas . E, como Portugal valoriza bastante sua cultura nacional, grande parte da produção de vinhos é realizada a partir dessas uvas, o que confere muita personalidade aos seus rótulos.
Todos esses fatores, tornam o país um expoente produto de vinhos . Além de abastecer o grande mercado consumidor interno, os vinhos portugueses são apreciados em todo o mundo, inclusive no Brasil.
História vitivinícola de Portugal
A origem da cultura da vinha na península ibérica remonta à antiguidade clássica, quando a região sofreu influência dos Fenícios, Gregos e Celtas, culturas nas quais o vinho tinha papel fundamental. No entanto, foi com os romanos que a região se estabeleceu como grande produtora de vinhos, como reposta à demanda sempre crescente da enorme população do Império.Com o advento do Cristianismo, a cultura da produção e consumo da bebida continuou forte, uma vez que o vinho continuava a ser produzido pelos agricultores por toda a Idade Média e era ritualisticamente utilizado durante as missas católicas.
Com as grandes navegações, o vinho português se espalhou por todo o globo terrestre, sendo levado pelas caravelas e pelas missões jesuítas aos novos continentes e povos coloniza-los (aqui contamos a história da chegada do vinho no Brasil). Em 1756, surge a primeira região demarcada de produção de vinhos do mundo, com a Denominação de Origem da Região do Douro realizada por Marquês de Pombal.
Hoje, são 14 áreas de Indicação Geográfica Protegida (IGP), chamadas de Vinho Regional pelos portugueses. Dentro delas, se encontram 31 Denominações de Origem (DOC ou DOP). Cada um desses 31 DOCs estabelecem suas uvas cultivadas e utilizadas na produção do vinho, as características do seu terroir e técnicas e regras específicas que devem ser praticadas para a garantia da certificação. Ela pode regulamentar a porcentagem de cada uva na composição de um determinado vinho, quanto tempo o vinho deve ser envelhecido ou quando a colheita deve ser feita, por exemplo.
Além disso, há também a nomenclatura genérica “vinho de mesa” para produtores que não querem seguir as regras da denominação de origem para produzir vinho.
Com a vinda da Família Real para o Novo Mundo em 1808, veio também o hábito de consumo de vinho. A cultura brasileira, aspirante à nobre Corte, introduziu a bebida na sua rotina, o que explica o carinho com os vinhos portugueses no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro nos dias de hoje.
Em 1867, a praga Filoxera, que apareceu na região do Douro em 1856, devastou praticamente todos os vinhedos do país e do continente europeu, paralisando a produção de vinhos por toda a região.
No entanto, após a recuperação da praga, Portugal passou por outra diminuição na produção de vinho, como consequência da ditadura que se instaurou no país e que estabeleceu o trigo como principal produto de exportação.
Um fato que impulsionou novamente a produção e o comércio de vinhos portugueses foi a entrada de Portugal na União Europeia, em 1986, o que proporcionou grandes investimentos da União no país, impactando principalmente na tecnologia aplicada à produção de vinhos.
As principais regiões produtoras de vinho de Portugal
A região do Douro, o Vinho do Porto e a primeira Denominação de Origem de Portugal
A região do Douro é considerada patrimônio Unesco, e é responsável por nada menos que 47% da produção do Vinho do Porto do país. O conhecido vinho enriquecido português surgiu com a necessidade de conservar a bebida que era destinada à Inglaterra e que precisava percorrer um grande trajeto pelo Rio Douro e pelo Oceano até chegar lá. Por isso ela era fortificada com água ardente feita a partir do bagaço das uvas.Com o aumento da popularidade da bebida, surgiu o problema da falsificação, que foi resolvido com a criação da primeira demarcação de origem da história, denominando a verdadeira procedência do Vinho do Porto.
A região é caracterizada pela paisagem de terraços ao longo do vale do rio Douro, uma forma milenar e bastante eficiente de cultivo. O solo do terroir é granítico e rico em xisto, o que leva as videiras a criarem raízes profundas, às vezes com cerca de 30 metros de profundidade.
Com bastante vento e sol abundante, a região também produz vinhos tranquilos além do Vinho do Porto. A produção principal acontece acima do rio Corgo, região protegida pela serra da influência do Oceano Atlântico.
Para sentir um gostinho do Vinho do Porto experimente o Churchill Ruby Reserva.
Tejo, produção vitivinícola tradicional
Localizada próxima ao Rio Tejo, esta é uma das mais antigas regiões produtoras de vinhos de Portugal. Até hoje é utilizada a pisa a pé e a colheita é feita em comunidade, além da utilização de rolhas de cortiça tradicionais. O rio divide a região em duas zonas produtoras: o Bairro, com terras de argila e calcário e com relevo composto por colinas e planícies; e o a Charneca, bem mais quente e seca que o restante da região.As principais uvas cultivadas no Tejo são a Touriga Nacional (casta nobre portuguesa), a Trincadeira e a Castelão, uma das uvas símbolo da região.
O vinho com a cara do Tejo que a Grand Cru indica é Casal Branco Falcoaria Tejo Fernão Pires.
Alentejo, a maior região produtora de vinhos de Portugal
Com 31 mil km² de área e dividida em oito sub-regiões, o Alentejo é uma das regiões mais quentes de Portugal. Além do vinho, ela é conhecida pela sua grande produção de azeite. A gastronomia do Alentejo é conhecida mundialmente por sua gastronomia típica, com pratos à base de porco, perdizes e carnes de caça. Na produção de vinho, as regiões de Borba, Évora, Redondo e Reguengos são bastante tradicionais, dando origem a vinhos frescos e frutados.Já conhece o tinto Monte da Raposinha?
Dão, vinhas no coração de Portugal
A região é cercada por montanhas tão altas que seus picos se cobrem de neve no inverno. Inclusive é de lá, mais precisamente da Serra da Estrela, que vem o famoso queijo português. Os vinhos do Dão têm bastante personalidade e costumam ser resultado de cortes de castas diferentes e de uvas de diferentes altitudes. O clima é parecido com a região do Toro, Espanha, ideal para o cultivo de Tinta Roriz (conhecida lá como Tempranillo).Bairrada, terra dos vinhos frescos sem igual
A Bairrada fica na região litorânea de Portugal, onde o solo pode ser tanto argiloso quanto calcário, com algumas faixas arenosas. Com clima fresco e chuvas abundantes, recebe muita influência marítima, o que pode ser percebido na acidez dos vinhos de lá, ideais para harmonizar com o famoso leitão à bairrada da região.Vinho Verde, região dos vinhos brancos do norte de Portugal
A região recebeu este nome por causa da vegetação verde encontrada nas costas locais. Isso acontece devido ao clima frio e chuvoso, influenciado por ventos que vem tanto do mar, quanto do norte. As castas brancas prevalecem por lá, dando origem a vinhos mais ácidos e cremosos, muito utilizados na gastronomia.Nossa indicação é o Vinho Verde Adega Guimarães Vinho Verde!
As principais castas portuguesas
Em Portugal existem mais de 250 castas nativas, tanto tintas quanto brancas. É interessante notar a quantidade de nomes diferentes que a mesma variedade pode ganhar, de acordo com a região onde é cultivada.Confira abaixo a lista das castas mais utilizadas em Portugal:
Baga
Também conhecida como Tinta da Bairrada e Poeirinho, a Baga é mais utilizada na região da Bairrada. Produz vinhos intensos com taninos duros e aromas concentrados.Castelão
Chamada às vezes de Tinta Periquita ou Camarate, é comum em climas secos. Possui sabor concentrado e aromas de frutas vermelhas, com bom envelhecimento.Tinta Roriz
Aragonez, ou Tempranilla, é famosa em toda a península ibérica. Costuma deixar o vinho mais alcoólico e com baixa acidez. Encontrada no Douro, Dão e Alentejo.Touriga Nacional
Conhecida casta do vinho do Porto, a Touriga Nacional possui caráter frutado e taninos finos.Fernão Pires
Também chamada de Maria Gomes, a Fernão Pires é uma casta branca de prestígio. Normalmente traz aromas florais e de frutas, bom teor alcoólico e pouca acidez. Produz vinhos complexos nas regiões da Bairrada e do Tejo.Encruzado
Muito comum em Dão, essa cepa resulta em vinhos elegantes e complexos, com longa longevidade.Por Marina Leal
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